28 fevereiro, 2011

Enquanto S.Pedro não fechar as torneiras


Se a chuva não passar ...
Amanhã mesmo vou sair à caça dessas galochas fashion...

Sem falar que vai ser um charme trabalhar com elas no jardim !!!
















 E quando a chuva passar...
                               















Bromélias



As bromélias não são parasitas como muitas pessoas pensam. Na natureza, aparecem como epífitas (simplesmente apoiando-se em outro vegetal para obter mais luz e mais ventilação), terrestres ou rupícolas (espécies que crescem sobre as pedras) e compõem uma das mais adaptáveis famílias de plantas do mundo, pois apresentam uma impressionante resistência para sobreviver e apresentar infinitas e curiosas variedades de formas e combinações de cores.

As bromélias estão divididas em grupos chamados gêneros - que hoje são mais de 50. A maioria das espécies de um mesmo gênero tem características e exigências iguais. Gêneros diferentes requerem diferentes variações de luminosidade, rega e substrato.
A maioria das bromélias podem ser plantadas em vasos, mas podemos mantê-las sobre troncos ou xaxim. As Tillandsias, de folhas acinzentadas, não se adaptam ao plantio em vasos, preferindo os troncos.


em Holambra


As bromélias crescem em quase todos os solos, levemente ácidos, bem drenados, não compactados e que propiciem condições de bom desenvolvimento para o sistema radicular.
 O substrato deve ter partes iguais de areia grossa ou pedriscos, musgo seco (esfagno) ou xaxim e turfa, ou mesmo húmus de minhoca.
O importante é que a mistura possibilite uma rápida drenagem. Cryptanthus e Dyckias crescem bem no mesmo tipo de mistura, acrescentando-se, ainda, uma parte de terra ou folhas secas moídas.







Algumas regras para o plantio correto:


1. Não enterre demais as bromélias, mantenha a base das folhas acima do solo.

2. Não use um vaso muito grande, pois há perigo de umidade excessiva nas raízes.

3. Não permita que a planta fique "balançando", fixe-a bem, pois isto poderá danificar o tenro desenvolvimento das novas raízes. Estaqueie a planta se necessário, até que as raízes estejam bem desenvolvidas.

4. Coloque sempre uma boa camada de cacos de telha ou pedriscos no vaso, que deve ser sempre furado nas laterais ou no fundo.


REGAS


As bromélias gostam de ter suas raízes molhadas, mas sempre de forma bastante moderada, o mais importante é molhar as folhas e manter sempre o tanque central com água. Quando a temperatura ambiente estiver muito alta, borrife com água as folhas, mas nunca sob luz solar direta e nas horas mais quentes do dia. Plantas de folhas macias apreciam ambiente mais úmido do que plantas de folhas rígidas.


LUMINOSIDADE

Bastante claridade em luz difusa é a condição preferida pela maioria das bromélias. Em geral, plantas com folhas rígidas, estreitas e espinhentas, tal como folhas de cor cinza-esverdeada, cinza, avermelhada ou prateada, gostam de maior luminosidade durante maior período de tempo, em alguns casos até mesmo sol pleno. Plantas de folhas macias, de cor verde ou verde-escura, apreciam locais com menor intensidade de luz, mas nunca um local escuro. As Nidulariuns requerem pouca luz, enquanto as Neoregelias se encontram no outro extremo. O intenso e atraente vermelho translúcido encontrado em muitas Neoregelias desaparece quando a planta é transferida para um local de menor luminosidade.

Como sintomas de pouca luminosidade, as plantas apresentam folhas escuras ou pobres em cor, freqüentemente macias, caídas e bem mais longas que o normal (estioladas). Como sintomas de excesso de luz, temos folhas amareladas, com manchas esbranquiçadas, ressecadas e até com verdadeiras queimaduras.


ADUBAÇÃO


As bromélias devem ser adubadas com muito critério. São extremamente sensíveis e absorvem os nutrientes com muita facilidade pelas folhas. Use um adubo químico de boa qualidade. Adube semanalmente durante os meses de maior intensidade de luz e calor (de agosto a abril). A relação NPK de 2-1-4 com traços de Magnésio parece ser ideal. O Boro (Bo) deve ser evitado por causar queimaduras nas pontas das folhas, o que também ocorre no caso do excesso de Fósforo (P). Cuidado com o Cobre (Cu) que, mesmo em muitas pequenas quantidades, mata a planta. A quantidade de adubo foliar recomendada é de 0,5 g/litro de água usada em aspersão, de qualquer forma nunca supere 2 g/litro.


TEMPERATURA E UMIDADE

As bromélias são plantas tipicamente tropicais, portanto, a maioria aprecia temperaturas elevadas e bons índices de umidade associados a local muito ventilado. As Guzmanias são as que menos apreciam temperaturas altas, e as Tillandsias as mais exigentes em arejamento, enquanto Vrieseas e Nidulariuns gostam de locais com bastante umidade.


PRAGAS E DOENÇAS

As bromélias, apesar de muito resistentes, são suscetíveis a pragas, fungos e doenças como todas as plantas, porém são muito sensíveis a fungicidas e inseticidas, pois absorvem esses produtos facilmente com seu metabolismo. Para combater cochonilhas e pulgões, utilize uma solução de fumo diluída em água. Retire as pragas com uma escova de dentes. Para combater os fungos, utilize uma esponja macia e úmida, com sabão de coco dissolvido em água. Nunca utilize fungicidas à base de Cobre, como a calda bordalesa - lembre-se que o Cobre mata as bromélias. As bromélias são, com freqüência, atacadas por lesmas e lagartas. Tente elimina-las manualmente. Caso necessite aplicar algum inseticida, o mais tolerado é o Malatol, cuja dissolução deve ser feita pela metade do indicado na embalagem.

Lembre-se que a principal causa do ataque de pragas é o desequilíbrio ecológico. Convém lembrar, ainda, que as bromélias são plantas extremamente sensíveis ao ar enfumaçado ou poluído, pois absorvem elementos nocivos, depositados na água do cálice.


FLORAÇÃO

As bromélias florescem somente uma vez durante seu tempo de vida. Após a floração, a planta geralmente desenvolve uma brotação lateral que substituirá a planta que irá morrer. As bromélias atingem a maturidade e florescem em diferentes idades - de meses a dezenas de anos, dependendo da espécie e condições do ambiente, respeitando sempre uma determinada época do ano. Muitas vezes, uma planta não floresce em razão da falta de luminosidade ou outro fator ambiental como, por exemplo, a temperatura. Por outro lado, uma brusca mudança do ambiente pode provocar a floração numa planta adulta. A planta sente-se ameaçada e o instinto de preservação da espécie desencadeia a floração com a finalidade de gerar sementes e brotos laterais: tudo isso para assegurar a sua preservação.

Dependendo da espécie, algumas plantas apresentam inflorescência extremamente exuberante, podendo ser de longa duração. Algumas duram meses, como Aechmea fasciata e a Guzmania denise, outras são breves, duram dias, como muitas das Billbergias.









A abacaxi também é uma bromélia





Fonte: Sociedade Brasileira de Bromélias: http://www.bromelia.org.br

Consequências das chuvas???


Tem chovido muito em São Paulo e tem dia que chegam a anunciar a queda de mais de 700 árvores na capital.
Semana passada levei um susto quando vi quase uma praça toda com suas árvores no chão.
Sem brincadeira .
Aqui no bairro vizinho onde meu pai cresceu,e ele me disse que as árvores deveriam ter em média uns 30 anos.
Dá uma tristeza no coração  até porque vim correndo pra casa ver se a minha árvore estava de pé ainda.
A minha é uma criança tem só 3 anos ,mas foi plantada com tanto amor e todo dia fico "namorando" ela.

Mas o que quero dizer aqui ,é  que vejo  todos dizendo que foi consequência das chuvas.
No jornal é só isso que se escuta.
Será mesmo?

Infelizmente a prefeitura aqui em São Paulo não tem pessoas capacitadas pra fazer a poda das árvores,nem tampouco o plantio.
O que vejo por aí são podas "assasinas" muito mal feitas e  sem critério algum.
Deixam as árvores sem equíbrio algum.
Também já cansei de ver mudas sendo plantadas sem espaço adequado e profundidade nas calçadas.
Dias depois elas secam ,tombam nas calçadas são pisoteadas e morrem.
posso tirar fotos numa avenida aqui perto de casa pra provar o que estou dizendo.
Também plantam espécies do tipo fícus com raízes agressivas que em breve vão destruir calçadas ,e outras que não são indicadas pra arborização urbana.
Minha vizinha mesmo sofre com um pau ferro plantado num "quadradinho" da calçada há anos pela prefeitura.
Depois é fácil colocar a culpa na chuva.
E ninguém fala e nem faz nada,fico indignada.
Já cheguei a falar com um rapazes da prefeitura sobre o tipo de poda que estavam fazendo numa praça aqui perto.
Deixavam só o tronco da coitadas das árvores ,numa praça onde  nem fiação de rede elétrica tinha.
Foi em vão,lógico.
Disseram que era ordem.
Mas ,não poderia deixar de expressar minha raiva,minha indignação .


Olha que tristeza !
Assustador

Mais uma !


Destruição total
 Eu espero com unhas e dentes bem afiados o dia em que esses "assasinos" da prefeitura surgirem aqui no meu portão pra colocar essas mãos imundas na minha árvore!!!
Aqui em casa tá todo mundo bem avisado que se chegar algúem aqui é pra exigir toda a documentação necessária antes de começarem o servicinho sujo!
.

Enquanto a chuva não passa...

Ontem tinha tanta coisa pra fazer no jardim...
Adubar,podar,fazer algumas mudas para o picnic da estação...
Mas a tardezinha caiu o mundo,aqui em São Paulo.
CHUVA,CHUVA e mais CHUVA.




Não acho ruim ,até gosto porque meu ipê está cada dia mais lindo e grandioso com essas chuvas.
Minhas plantinhas também ficam felizes da vida.
Daí desisti de mexer com as plantinhas,fui empacotar algumas  sementes pra distribuir  semana que vem no picnic de troca de mudas e sementes da estação.
Tirei uma soneca com meu cachorro a tarde toda  e assim acabou o dia.


Dia chuvoso é gostoso para ...





Tomar banho de chuva feito criança...



Se até os passarinhos gostam...



Se recolher debaixo das cobertas escutando a chuva lá fora...




Ficar escrevendo e desenhando  nas janelas enquanto a chuva não passa...


Tomar um café da tarde com bolinho de chuva ...



Telefonar pras amigas ...



Fazer brigadeiro de colher ... HUM!!!











 



26 fevereiro, 2011

Significado dos cactos



Segundo o Feng Shui os cactos são considerados Guardiões, por serem purificadores de ambientes e de acordo com os especialistas desta técnica milenar, os cactos agem como uma barreira para os raios gama emitidos por computadores e aparelhos de TV.


Os cactos, por viverem em regiões áridas e isoladas, ajudam as pessoas e conhecerem a sua força interna em momentos de solidão e pelo fato de os cactos armazenarem água (elemento que simboliza sentimentos e emoções) dentro do caule, o cacto favorece aquele que se defendem muito das próprias emoções.

Os espinhos podem parecer hostis, mas fazem parte da estratégia de sobrevivência da planta, natural de clima árido e terrenos difíceis, transmitindo proteção e segurança ao seu portador.

Tê-las por perto é um lembrete de vitalidade, persistência e integração com tudo o que está a nossa volta

Lavanda

Adoro lavanda ,são lindas e o perfume é maravilhoso.
De vez em quando colho alguns ramos aqui no meu vaso  deixo secar e coloco no travesseiro.
Delícia !!!


 



Nome Científico: Lavandula sp

Nome Popular: Lavanda, Alfazema
Família: Lamiaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Mediterrâneo, África Tropical e Índia
Ciclo de Vida: Perene

O gênero Lavandula compreende um grupo de plantas floríferas, herbáceas ou subarbusivas, que podem ser anuais ou perenes. As espécies mais cultivadas são a lavanda-inglesa (L. angustifolia ou L. officinalis), a lavanda-francesa (L. x intermedia) e a lavanda-espanhola (L. stoechas). Esta última, assim como L. dentata, e L. multifida são largamente utilizadas no paisagismo, enquanto que a lavanda-inglesa e a lavanda-francesa apresentam maior aptidão como medicinal e na extração de óleo essencial para perfumaria.

As lavandas apresentam folhas opostas, lineares ou lanceoladas, branco-tomentosas e muito aromáticas, de onde se extrai o seu valioso óleo. Suas flores azuis ou arroxeadas reúnem-se em inflorescências tipo espiga e são bastante perfumadas. Ocorrem ainda diversos híbridos e variedades, como a 'Alba' de flores brancas, a 'Hidcote Pink' de flores róseas ou a 'Nana' de pequeno porte. A floração inicia na primavera e se extende pelo verão, atraindo abelhas e borboletas.

São excelentes para compor maciços, bordaduras ou pequenas cercas-vivas, mas podem prestar-se como arbustinhos isolados ou em grupos irregulares, perfeitos em jardins de estilo inglês. Não devem faltar também em canteiros de ervas e desenvolvem-se muito bem em vasos e jardineiras.
Rústica, a lavanda não é exigente quanto à fertilidade do solo, mas este deve ser muito bem-drenado e receber isolação direta. Pode-se realizar podas leves de formação e adubações ricas em fósforo para estimular a floração. Aprecia o frio mediterrâneo ou subtropical. Tolera a seca, o frio e as geadas, sendo que algumas espécies e variedades toleram o calor tropical. Multiplica-se por divisão da planta, estaquia ou por sementes




 Suas flores são usadas para arranjos florais secos. As flores púrpuras e os brotos, de fragrância suave, são utilizados em potpourris. Secados e embalados em pequenos saquinhos de tecido de algodão são utilizados para serem colocados entre as roupas do armário para dar-lhes uma fragrância fresca e agradadável, e também para impedir a presença de insetos e parasitas. O cultivo comercial da planta é para a extração de óleos das flores, caules e plantas, que são utilizados como anti-sépticos, em aromaterapia e na indústria de cosméticos. Como produto terapêutico, em infusão, deve ser evitado o uso contínuo, podendo produzir excitação em dose tóxica.

O óleo essencial da lavanda (do latim "lavare", "lavar") já era utilizado pelos romanos para lavar roupas,tomar banho, aromatizar ambientes e como produto curativo (indicado para insônia, calmante, relaxante, dores, etc.). O óleo é obtido da destilação das flores, caules e folhas da espécie Lavandula officinalis. Entre várias substâncias, o óleo apresenta na sua composição o linalol e o acetato de linalila, que conferem a sua fragrância e, ainda, resina, saponina, taninos cumarinas.

As flores produzem um néctar abundante que rende um mel de alta qualidade produzida pelas abelhas. O mel da variedade lavanda foi produzido inicialmente nos paises que cercam o Mediterrâneo, e introduzido no mercado mundial como um produto de qualidade superior. As flores da lavanda podem ser utilizadas como decoração de bolos. A lavanda também é usado como erva isoladamente ou como ingrediente da erva da Provence (França).



fonte:www.jardineiro.net





O meu sonho fez amor com a terra e o jardim nasceu

Me identifico demais com esse poema ,tanto que está no meu perfil do orkut.
Nunca li nada igual !!!
Dia desses  uma amiga virtual me escreveu dizendo que entrou no  meu orkut pra ver minhas fotos mas se deparou com o poema e começou a chorar de emoção que deixou as fotos pra depois...
Eu também já chorei lendo.e não me canso,leio,releio....

JARDIM - RUBEM ALVES
















Jardim



Um amigo me disse que o poeta Mallarmé tinha o sonho de escrever um poema de uma palavra só. Ele buscava uma única palavra que contivesse o mundo. T.S. Eliot no seu poema O Rochedo tem um verso que diz que temos "conhecimento de palavras e ignorância da Palavra". A poesia é uma busca da Palavra essencial, a mais profunda, aquela da qual nasce o universo. Eu acho que Deus, ao criar o universo, pensava numa única palavra: Jardim! Jardim é a imagem de beleza, harmonia, amor, felicidade. Se me fosse dado dizer uma última palavra, uma única palavra, Jardim seria a palavra que eu diria
Depois de uma longa espera consegui, finalmente, plantar o meu jardim. Tive de esperar muito tempo porque jardins precisam de terra para existir. Mas a terra eu não tinha. De meu, eu só tinha o sonho. Sei que é nos sonhos que os jardins existem, antes de existirem do lado de fora. Um jardim é um sonho que virou realidade, revelação de nossa verdade interior escondida, a alma nua se oferecendo ao deleite dos outros, sem vergonha alguma... Mas os sonhos, sendo coisas belas, são coisas fracas. Sozinhos, eles nada podem fazer: pássaros sem asas... São como as canções, que nada são até que alguém as cante; como as sementes, dentro dos pacotinhos, à espera de alguém que as liberte e as plante na terra. Os sonhos viviam dentro de mim. Eram posse minha. Mas a terra não me pertencia.

O terreno ficava ao lado da minha casa, apertada, sem espaço, entre muros. Era baldio, cheio de lixo, mato, espinhos, garrafas quebradas, latas enferrujadas, lugar onde moravam assustadoras ratazanas que, vez por outra, nos visitavam. Quando o sonho apertava eu encostava a escada no muro e ficava espiando.

Eu não acreditava que meu sonho pudesse ser realizado. E até andei procurando uma outra casa para onde me mudar, pois constava que outros tinham planos diferentes para aquele terreno onde viviam os meus sonhos. E se o sonho dos outros se realizasse, eu ficaria como pássaro engaiolado, espremido entre dois muros, condenado à infelicidade.

Mas um dia o inesperado aconteceu. O terreno ficou meu. O meu sonho fez amor com a terra e o jardim nasceu.

Não chamei paisagista. Paisagistas são especialistas em jardins bonitos. Mas não era isto que eu queria. Queria um jardim que falasse. Pois você não sabe que os jardins falam? Quem diz isto é o Guimarães Rosa: "São muitos e milhões de jardins, e todos os jardins se falam. Os pássaros dos ventos do céu - constantes trazem recados. Você ainda não sabe. Sempre à beira do mais belo. Este é o Jardim da Evanira. Pode haver, no mesmo agora, outro, um grande jardim com meninas. Onde uma Meninazinha, banguelinha, brinca de se fazer Fada... Um dia você terá saudades... Vocês, então, saberão..." É preciso ter saudades para saber. Somente quem tem saudades entende os recados dos jardins. Não chamei um paisagista porque, por competente que fosse, ele não podia ouvir os recados que eu ouvia. As saudades dele não eram as saudades minhas. Até que ele poderia fazer um jardim mais bonito que o meu. Paisagistas são especialistas em estética: tomam as cores e as formas e constróem cenários com as plantas no espaço exterior. A natureza revela então a sua exuberância num desperdício que transborda em variações que não se esgotam nunca, em perfumes que penetram o corpo por canais invisíveis, em ruídos de fontes ou folhas... O jardim é um agrado no corpo. Nele a natureza se revela amante... E como é bom!

Mas não era bem isto que eu queria. Queria o jardim dos meus sonhos, aquele que existia dentro de mim como saudade. O que eu buscava não era a estética dos espaços de fora; era a poética dos espaços de dentro. Eu queria fazer ressuscitar o encanto de jardins passados, de felicidades perdidas, de alegrias já idas. Em busca do tempo perdido... Uma pessoa, comentando este meu jeito de ser, escreveu: "Coitado do Rubem! Ficou melancólico. Dele não mais se pode esperar coisa alguma..." Não entendeu. Pois melancolia é justamente o oposto: ficar chorando as alegrias perdidas, num luto permanente, sem a esperança de que elas possam ser de novo criadas. Aceitar como palavra final o veredicto da realidade, do terreno baldio, do deserto. Saudade é a dor que se sente quando se percebe a distância que existe entre o sonho e a realidade. Mais do que isto: é compreender que a felicidade só voltará quando a realidade for transformada pelo sonho, quando o sonho se transformar em realidade. Entendem agora por que um paisagista seria inútil? Para fazer o meu jardim ele teria que ser capaz de sonhar os meus sonhos...

Sonho com um jardim. Todos sonham com um jardim. Em cada corpo, um Paraíso que espera... Nada me horroriza mais que os filmes de ficção científica onde a vida acontece em meio aos metais, à eletrônica, nas naves espaciais que navegam pelos espaços siderais vazios... E fico a me perguntar sobre a perturbação que levou aqueles homens a abandonar as florestas, as fontes, os campos, as praias, as montanhas... Com certeza um demônio qualquer fez com que se esquecessem dos sonhos fundamentais da humanidade. Com certeza seu mundo interior ficou também metálico, eletrônico, sideral e vazio... E com isto, a esperança do Paraíso se perdeu. Pois, como o disse o místico medieval Angelus Silésius:

Se, no teu centro

um Paraíso não puderes encontrar,

não existe chance alguma de, algum dia,

nele entrar.

Este pequeno poema de Cecília Meireles me encanta, é o resumo de uma cosmologia, uma teologia condensada, a revelação do nosso lugar e do nosso destino:

"No mistério do Sem-Fim,

equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,

e, no jardim, um canteiro:

no canteiro, urna violeta,

e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o Sem-Fim,

a asa de urna borboleta."

Metáfora: somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim. Resumo de uma utopia. Programa para uma política. Pois política é isto: a arte da jardinagem aplicada ao mundo inteiro. Todo político deveria ser jardineiro. Ou, quem sabe, o contrário: todo jardineiro deveria ser político. Pois existe apenas um programa político digno de consideração. E ele pode ser resumido nas palavras de Bachelard: "O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso." (O retorno eterno, p 65).


* as partes em negrito são as que mais gosto.
E você gostou???