A flor tem um cheiro característico de carne podre.
O fenômeno é raro e foi visto, pela última vez, no Japão, em julho de 2010
Pela primeira vez na América latina, a famosa "flor-cadáver" ou Amorphophallus titanum (Becc.) Becc. ex Arcang. florescerá em um jardim botânico. O evento está prestes a acontecer no Jardim Botânico Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais. Plantada a partir de sementes enviadas ao curador botânico do Inhotim, Eduardo Gonçalves, há cerca de 10 anos, o material floresceu dentro da estufa recentemente inaugurada para a manutenção do material de pesquisa.
De acordo com o curador, a túbera, nome dado à imensa "batata" que permanece sob a terra, pesava 13 kg quando a planta entrou em dormência, há cerca de três meses. Pelo que se sabe, apenas após completar entre 18 e 20 kg, este material está propenso a florir. "Nossa surpresa foi encontrar uma inflorescência surgindo ao invés da folha da nossa planta tão pequena", comemora Gonçalves.
Apesar de ser conhecida como "a maior flor do mundo", o que a espécie produz é, na verdade, uma inflorescência, isto é, um conjunto de flores em uma estrutura compacta. Mas, sem dúvida alguma, trata-se de uma estrutura notável, que pode ter mais de 3 metros de altura. Notável também é seu odor, que já foi descrito como "uma mistura de açúcar-queimado com peixe-podre", que atrai moscas e besouros, seus polinizadores. A partir daí surgiu o nome "flor-cadáver" (ou corpse-flower, em inglês). Ainda com esta peculiaridade, atrai multidões aos jardins botânicos no mundo inteiro, como aconteceu em julho deste ano, no Jardim Botânico de Tóquio, no Japão.
As esquisitices não param por aí. A planta possui um caule gigante e subterrâneo, como uma batata, e produz apenas uma folha a cada dois anos, que pode atingir até dois metros de altura e sete metros de diâmetro. A flor é produzida a cada dois anos, depois dos 10-12 anos após a germinação da semente. "Quando a planta está em flor, está sem folha e vice-versa. A planta nunca produz flores e folhas simultaneamente", explica o curador.
A espécie Amorphophallus titanum foi descrita originalmente por Odoardo Beccari, em 1878, botânico do Jardim Botânico de Florença, que a encontrou no Ilha de Sumatra, Indonésia. Dez anos depois, a espécie floresceu no Jardim Botânico de Kew, na Inglaterra, maravilhando o ocidente com sua inflorescência peculiar.
O material que encontra-se florescendo no Inhotim foi obtido à partir de sementes enviadas pelo jardim botânico Marie Selby, na Flórida. Todo o processo será transmitido ao vivo pelo site do Inhotim.
fonte:www.inhotim.org.br
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