24 dezembro, 2010

Os Três Cedros – Uma história de Natal

Conta uma antiga lenda que três cedros nasceram numa linda floresta do Líbano. Como os cedros levam muito tempo para crescer, estas árvores passaram séculos observando a vida, a morte, a natureza e os homens.

Nesse período, presenciaram a chegada de uma expedição de Israel, enviada por Salomão; mais tarde, viram a terra coberta de sangue durante as batalhas com os assírios. Conheceram Jezabel e o profeta Elias – inimigos mortais. Assistiram a invenção do alfabeto; se deslumbraram com as caravanas que passavam, cheias de tecidos coloridos… E, em um belo dia, decidiram conversar sobre o futuro.

- Depois de tudo o que tenho visto, disse a primeira árvore, quero ser transformada no trono do rei mais poderoso da terra.

- Eu gostaria de ser parte de algo que transformasse para sempre o Mal em Bem, comentou a Segunda.

- Por meu lado, eu queria que toda as vezes que olhassem para mim, pensassem em Deus, respondeu a terceira.

Algum tempo se passou e apareceram os lenhadores. Os cedros foram derrubados e um navio os carregou para longe. Cada uma daquelas árvores tinha um desejo, mas nem sempre a realidade leva em conta os sonhos.

O primeiro cedro, foi usado na construção de um abrigo para animais, e suas sobras serviam para apoiar feno.

O segundo, virou uma mesa muito simples.

O terceiro, não encontrou compradores, foi cortado e armazenado em uma cidade grande.

Apesar de felizes, as árvores lamentavam seu destino: “nossa madeira era boa e ninguém encontrou algo de belo para usá-la“.

Tempos mais tarde, numa noite cheia de estrelas, um casal que não conseguia encontrar refúgio resolveu passar a noite no estábulo, construído com a madeira do primeiro cedro.

A mulher, em trabalho de parto, deu a luz ali mesmo, colocando seu filho entre o feno e a madeira que o apoiava. Naquele momento a primeira árvore entendeu que seu sonho tinha sido cumprido: ali estava o maior de todos os reis da Terra.

Anos mais tarde, numa casa modesta, vários homens sentaram-se em torno da mesa feita com a madeira do segundo cedro. Um deles, antes que todos começassem a comer, disse algumas palavras sobre o pão e o vinho que tinha diante de si. Nesse instante, a segunda árvore entendeu que ela sustentava não apenas um cálice e um pedaço de pão, mas a aliança entre o homem e a Divindade.

No dia seguinte, retiraram dois pedaços do terceiro cedro e fizeram uma cruz, que ficou jogada em um canto. Horas depois, um homem ferido a carregou nos ombros até um monte, onde foi cravado em seu lenho. Horrorizado, o terceiro cedro lamentou a herança bárbara que a vida lhe deixara. Porém, antes que três dias decorressem, a terceira árvore entendeu seu destino: o homem que ali estivera pregado era agora a Luz que tudo iluminava. A cruz feita com sua madeira tinha deixado de ser um símbolo de tortura, para transformar-se em sinal de vitória.

Como sempre acontece com os sonhos, os três cedros do Líbano tinham cumprido o destino que desejavam, mas não da maneira que imaginavam.



Autor desconhecido

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